Um exemplo de como a corrupção não está presente apenas nos altos escalões do governo ou da administração do Sistema Único de Saúde, e que não precisa comprometer diretamente o tratamento do paciente, para ser vergonhoso da mesma forma.
No quente e infernal verão de Porto Alegre dois hospitais, o Parque Belém e o Vila Nova, cobravam taxas de R$10,00 e R$20,00, respectivamente, para pacientes do SUS (sim, apenas os do SUS, os particulares eram liberados da taxa) poderem ligar nas tomadas ventiladores e/ou outros aparelhos eletrônicos.
Ao pagarem o valor, os pacientes e usuários do sistema de saúde pública recebiam um recibo por “uma contribuição espontânea”. Um absurdo completo, primeiro porque os pacientes atendidos pelo SUS são os que geralmente contam com menos recursos financeiros, e segundo por os próprios hospitais não oferecerem, como itens básicos, ferramentas para enfrentar o quente verão de Porto Alegre.
Ao tomar conhecimento da situação a secretaria de saúde de Porto Alegre considerou ilegal a cobrança (dã!) e ordenou, além de sua suspensão, que os valores já pagos fossem restituídos aos pacientes. A direção do Hospital Vila Nova disse que a taxa deveria ser opcional, e a do Hospital Parque Belém disse desconhecer a prática.
Esse é um exemplo claro de como várias pessoas, envolvidas em vários níveis do atendimento do SUS, acabam por comprometer o tratamento e recuperação dos pacientes, ou se não, a reputação do SUS. É uma vergonha pessoas com poucos recursos serem exploradas por outras, especialmente nesse âmbito da saúde, tão essencial.
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